Um mato-grossense com passagens por Cuiabá, Jaciara, Poxoréu e Brasília (DF): este é Décio Coutinho, um servidor federal cujo amor pelo calor do centro-oeste o levou a lançar seu segundo álbum “Encantos”, com faixas em homenagem aos 300 anos da capital e outras que condizem com seu hobby musical.
Sua veia musical vem de família, a maior influência que incentivou Décio a começar a cantar e tocar violão. “Sempre cantei desde pequeno, isso dentro do cerne da família. Meus tios, e aí podemos citar tio Chico, Ziedi, Orlando Coutinho e o mestre Julio Coutinho, que é quem realmente produziu o CD”, conta.
Com apenas 10 anos, ele já participava de festivais de música. Tudo que aprendeu, foi de forma autodidata. “Eu já subia pra cantar, e o povo ficava olhando ‘olha o tamanho daquele pirralho!’. Desde cedo já dançava, cantava e tocava violão. Aprendi sozinho, olhando os livrinhos que vinham com as musicas. Olhando e aprendendo as notas”.
Como é servidor federal em Brasília, o pouco de tempo que sobrava a Décio era dedicado a compor as músicas. Por conta disso, seu segundo álbum levou cerca de dois anos para ficar pronto. Inclusive, ele conta que foi no trajeto dentro de um ônibus que a quinta faixa de “Encantos”, a canção “O Bom Pastor”, foi escrita.
“Eu estava em Brasília, e me deslocando para o trabalho, estava sentado ao lado de uma senhora com uma áurea inexplicável. Eu não conseguia entender, eu olhava para aquela senhora e me arrepiava todo, não entendia. Eu desci, em questão de 15 minutos, e a letra estava pronta. O próprio conteúdo dela fala justamente da direção, fala da correção”, explica sobre a letra.
Além de músicas mais pessoais, três faixas do álbum foram escritas exclusivamente como uma ode ao aniversário de Cuiabá. Com o ritmo frenético do rasqueado, “Maria Isabel”, “Baixada Cuiabana é Digoreste” e “Cuiabá Querida” fazem parte dessa homenagem.
“Em razão principalmente da aproximação dos 300 anos de Cuiabá, eu queria deixar algumas músicas que tivessem muito a ver com as raízes cuiabanas. É isso porque o CD tem uma cara, uma matriz mais cuiabana e, além disso, um pouco também daquilo que a família Coutinho sempre cantou e gostou de samba de raiz”, disse.
Para finalizar o álbum, um pouco de crítica política. De acordo com Decio, “O Trem” reflete a transição política que houve em 2019. “O momento que estamos passando é de grande transição na política brasileira, uma mudança de comportamento, um ajuste que a sociedade tanto clamava. Então também fiz questão de colocar ‘O Trem’, mostrando que é preciso renovar”, explica.
Atualmente, Decio trabalha no seu terceiro álbum de estúdio, dessa vez com canções gospel.
Fonte: Olhar Conceito