Um servidor público federal denunciou ter sofrido agressão e racismo ao ser acusado de furto na saída de uma loja de um shopping em Cuiabá, na última quarta-feira 09/06/2021.
Paulo Arifa, de 38 anos, que é negro, disse que comprou um sapato e, ao sair para ir em outra loja, foi abordado por cinco seguranças e uma funcionária, que exigiram a nota fiscal do produto.
Paulo contou que decidiu comprar o sapato e a roupa às pressas para participar de uma reunião do trabalho, que tinha sido antecipada. Como estava de bermuda e chinelo, ele foi até o shopping.
“Escolhi o calçado, paguei no caixa e a moça perguntou se eu queria sacola, eu disse que não. Ela retirou o dispositivo de segurança e eu calcei ali mesmo. Segui para uma loja de roupas e na saída do provador fui abordado. Demorou para cair a ficha que a abordagem era comigo”, contou.
No mesmo dia, o servidor registrou um boletim de ocorrência contra a loja. A Polícia Civil solicitou exames de corpo de delito e imagens das câmeras de segurança do local, que devem ser entregues em até 10 dias. A ocorrência é investigada pela 2ª Delegacia de Cuiabá.
Em nota, o Pantanal Shopping disse que abriu um processo administrativo interno para apurar o caso (leia íntegra da nota abaixo).
Conforme a ocorrência registrada na polícia, Paulo sofreu injúria, calúnia e lesão corporal.
Ao G1, ele contou que, devido ao constrangimento, ficou nervoso e não conseguia localizar a nota fiscal do produto no momento da abordagem.
Veja o Vídeo:
Em seguida, ele disse que os fiscais tentaram conduzi-lo para a sala segurança do local, momento em que um dos funcionários o segurou e o empurrou.
“Iniciei as filmagens após tentar resolver o conflito de outras maneiras, após tentar localizar a nota, mas aí já era tarde demais. Ainda estou assustado e com medo. Quando me vi cercado por seguranças querendo me conduzir lembrei do caso do João Alberto, morto pelo segurança. Achei que algo pior poderia acontecer”, relatou.
A vítima disse que pisou em falso por causa do empurrão e machucou o pé. Depois de alguns minutos, ele conseguiu localizar a nota que comprovava a compra, e foi liberado pelos seguranças.