O prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (MDB), afirmou que já tem fortes indícios de que membros da Delegacia Especializada de Combate à Corrupção (Deccor), da Polícia Civil, estão perseguindo-o. Durante entrevista coletiva na manhã desta quinta-feira (10), o chefe do Executivo explicou que está levantando elementos sobre os fatos e que se posicionará sobre o abuso de poder em breve.
A fala de Emanuel foi feita horas depois de policiais da Deccor deflagrarem a segunda fase da Operação Overpriced. Na ação, foram cumpridas medidas cautelares contra servidores da secretaria municipal de saúde investigados por fraudes em compra de medicamentos da Covid-19.
À imprensa, Emanuel classificou a operação como “estranha” e afirmou que essas ações sempre acontecem depois que a prefeitura de Cuiabá consegue “conquistas” para o município.
“Toda vez que vêm essas conquistas para Cuiabá acontece algo que parece que quer atrapalhar, estragar, quer jogar a população contra o prefeito. Eu preciso ter elementos maiores. O que eu posso dizer a vocês (jornalistas) é que já tenho indícios, elementos que vão me proporcionar tomar uma medida que eu vou anunciar em breve”, prometeu o prefeito.
A ação policial ocorre um dia depois do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, confirmar a destinação de doses extras de vacina contra a Covid-19 a Cuiabá em contrapartida da realização dos cincos jogos da Copa América 2021 que serão realizados na Arena Pantanal.
Emanuel reafirmou que não acredita que possa haver um trabalho da delegacia para prejudicá-lo. Entretanto, o gestor afirma que esse “assédio” possa estar vindo dos membros da unidade.
“Da delegacia eu não acredito (em perseguição). Membros que compõem as instituições é que são passíveis de abusos. Então, têm alguns membros dessa instituição, que já têm indícios muito fortes de abusos e de perseguição com o intuito de atingir o prefeito e a gestão Emanuel Pinheiro”, garantiu.
Na operação Overpriced foram detectadas irregularidades procedimentais com direcionamento para favorecer as empresas contratadas na compra da medicação. Além disso, verificou-se que houve uma coordenação de aquisições baseadas na superestimação de consumo de medicamentos, muito além da necessidade de consumo em 180 dias, com o possível vencimento dos medicamentos.
O prefeito garantiu que os pagamentos à empresa foram suspensos em 2020.
“Um dos pedidos da Deccor foi a suspensão dos pagamentos e que foi de pronto autorizado pela juíza. Só que nós já havíamos suspendido, a gestão já havia suspendido e, desde a primeira operação, se eu não me engano em outubro do ano passado, no auge da eleição, nós já tínhamos determinado a suspensão do pagamento a essa empresa”, explicou.
Fonte: Hipernotícias