Estado atende mulheres vítimas de violência durante isolamento; aumento de casos

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O índice de violência contra a mulher tem aumentado no período de isolamento social. Em Mato Grosso, o Centro Estadual de Referência em Direitos Humanos (CRDH), órgão vinculado à Secretaria de Estado de Assistência Social e Cidadania (Setasc-MT), tem atuado como mecanismo de defesa e combate a todo tipo de violação de direito, entre eles o da mulher.

O CRDH funciona com uma equipe multidisciplinar, composta por profissionais das áreas de psicologia, assistência social e jurídica. No local, os profissionais realizam serviços de acolhimento, acompanhamento e encaminhamento às vítimas de algum tipo de violência física, moral, psicológica, patrimonial ou sexual. A intenção é proporcionar bem-estar, proteção, informação e elevar a autoestima das vítimas.

A secretária adjunta de Direitos Humanos da Setasc, Salete Morockoski, explica que o aumento de casos de violência com o público feminino reflete o cenário de isolamento que estamos vivendo, onde a permanência da mulher no ambiente doméstico é constante.

“Percebemos o quão importante é o atendimento a essas vítimas. Por este motivo, estamos de portas abertas com equipe técnica capacitada no intuito de prevenir e combater a violência de gênero e outros, durante a pandemia”.

Dados da Superintendência do Observatório de Violência da Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp-MT) confirmam o cenário de violência contra as mulheres. Mato Grosso apresentou aumento no número de feminicídios. São 17 casos registrados entre janeiro e março deste ano, contra 11 no mesmo período do ano anterior.

O feminicídio é o homicídio praticado contra mulheres em função de violência doméstica e familiar ou menosprezo e discriminação contra a condição de mulher. Os casos deste ano ocorreram em municípios do interior de Mato Grosso. Cuiabá e Várzea Grande não apresentaram registros nos três primeiros meses.

Já os crimes de injúria, estupro e importunação sexual entre outros, em Cuiabá, aumentaram 23%, 27% e 20%, respectivamente. Ao todo, foram 2.710 casos, de janeiro a março de 2020 e 2.632 no mesmo período de 2019. O total de ocorrências envolveu vítimas femininas de 18 a 59 anos de idade.

Em Várzea Grande, de janeiro a março de 2020, teve 1.180 registros, três a menos que o mesmo período de 2019, com 1.183. Outros crimes que tiveram aumento no mesmo período foram de importunação sexual, que passou de 4 casos, no ano passado, para 5, e crimes de lesão corporal, que subiram de 207 para 224 registros.

Denúncia

O CRDH fica localizado na Rua General Valle, 567, bairro Bandeirante, em Cuiabá. O atendimento neste período de pandemia é de segunda a sexta-feira, das 07h30 às 13h30.  O número disponível é (65) 98462-6876.

Para notificações formais de denúncias, as mulheres vítimas de violência também podem recorrer à Central de Atendimento à Mulher, pelo número 180, que se configura como principal canal de denúncia.

Na capital, os canais de disque-denúncia estão funcionando normalmente neste período de quarentena: 190, 197, 180 e 181. Além disso, as delegacias (PJC-MT) também estão atendendo normalmente, assim como a Patrulha Maria da Penha (PM-MT).

Interior

O município de Cáceres (219 km de Cuiabá) também conta com o Centro de Referência em Direitos Humanos que realiza os serviços de acolhimento, recebimento de denúncias e encaminhamentos. A sede da instituição fica localizada na Rua dos Tuiuius nº 256 A, bairro Vila Mariana. O atendimento é das 07h30 às 13h30. Contato via telefone (65) 3223-0375 ou Whatsapp no (65) 98429-1939.