O Ministério da Justiça e Segurança Pública leiloa 434 cabeças de gado apreendidas em operações de combate a crimes de lavagem de dinheiro, em Mato Grosso.
Pertencentes ao ex-bicheiro João Arcanjo Ribeiro, os animais – 384 bois e vacas e 50 bezerros – estão avaliados em mais de R$ 1 milhão.
Em razão da pandemia da Covid-19, a praça ocorre exclusivamente na modalidade online até terça-feira (24).
O leilão é resultado da alienação antecipada decretada pela 7ª Vara Federal da Seção Judiciária do Estado, para a preservação do valor econômico do patrimônio que agora pertence à União.
Neste caso, como se refere à venda de patrimônio apreendido de crime envolvendo lavagem de dinheiro, o recurso arrecadado será destinado ao Fundo Penitenciário Nacional (Funpen).
Os lotes ofertados estão disponíveis para exame e visitação de interessados mediante agendamento prévio via e-mail.
Os animais estão na Fazenda Colibri, situada a cerca de 50 quilômetros de Cuiabá, no município de Santo Antônio do Leverger.
Os lances podem ser efetuados por pessoa física ou jurídica, até as 14 (horário local) do dia 24 de novembro, por meio do site Canal Judicial.
A Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas (Senad) do MJSP tem investido dinheiro de bens apreendidos na polícia.
Os policiais são melhor equipados e capacitados com essa verba e, ao mesmo tempo, descapitaliza as organizações criminosas.
Vale lembrar que neste ano, já foram arrecadados mais de R$ 5 milhões com a venda de 626 itens em nove leilões realizados no Estado.
Entre os artigos arrematados estão veículos, aviões, cabeças de gado e imóveis.
Para os próximos meses está prevista, ainda, a venda de aproximadamente 4 mil bens apreendidos.
ARCANJO – João Arcanjo Ribeiro, conhecido como “Comendador”, é acusado de liderar o crime organizado em Mato Grosso, nas décadas de 80 e 90, além de estar envolvido com a sonegação de milhares de reais em impostos, entre outros crimes.
No ano de 2002, Arcanjo foi alvo da operação da Polícia Federal, Arca de Noé, em que teve o mandado de prisão preventiva expedido pelos crimes de contravenção penal, formação de quadrilha, lavagem de dinheiro e homicídio.
A prisão do bicheiro foi cumprida em abril de 2003 no Uruguai.
Arcanjo conseguiu a progressão de pena do regime fechado para o semiaberto em fevereiro de 2018, após 15 anos preso.
Fonte: Diário de Cuiabá