Após campanha de arrecadação feita pela internet, 200 famílias carentes que fazem fila na frente de um açougue em Cuiabá para ganhar ossos receberam cestas básicas e kits de alimentação para crianças na manhã deste sábado (14). A doação foi feita no 3º Batalhão da Polícia Militar da capital, no bairro Morada da Serra. Os policiais apoiaram a ação beneficente.
A vaquinha online foi organizada pelo site Razões para Acreditar, em parceria com a ONG Asna (Ação Social Nova Aliança), que atua em Cuiabá.
As famílias foram previamente cadastradas pela ONG na “fila dos ossinhos”. Para a entrega, que foi feita com ajuda de voluntários, elas foram divididas em grupos de 50, com horários específicos para a doação. Cada uma ganhou uma cesta básica, um kit de alimentação infantil e 2 kg de frango.
“Nós entramos em contato avisando da entrega que seria hoje, no 3º Batalhão da PM. Dividimos em grupos e horários, para não haver aglomeração. As famílias entenderam e foram, cada uma, no seu horário”, disse Ariana Paim, orientadora jurídica da ONG Asna.
Esta foi a primeira remessa de doações, disse a representante da ONG. “Ainda há valores a serem repassados na compra das cestas e, conforme nós formos fazendo as compras, vamos marcar novas datas para distribuição”, falou Ariana.
Até este sábado, a campanha havia arrecadado R$ 106,5 mil, ultrapassando a meta, que era de conseguir R$ 83 mil para ajudar 600 famílias. Segundo os organizadores, o valor a mais será usado para auxiliar mais pessoas em situação de vulnerabilidade e acrescentar itens às cestas básicas.
Entenda o caso
O açougue onde as famílias formam as filas fica no Bairro CPA II, em Cuiabá, e distribui ossos há dez anos, mas viu a procura aumentar nos últimos meses por causa da crise provocada pela pandemia da Covid-19. A distribuição, que antes era uma vez por semana, agora é realizada até três vezes semanais. A situação foi mostrada em reportagem do Fantástico.
Pessoas carentes formam fila para ganhar ossos doados por açougue de Cuiabá — Foto: TV Centro América
Após a repercussão do caso, a catadora de materiais recicláveis Niniane de Sousa, que ficava na fila para pegar os ossos doados, conseguiu um emprego na área de serviços em uma loja de correspondente bancário.
Fonte: G1 MT