O governador Mauro Mendes (DEM) voltou a criticar a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) por conta da não aprovação da vacina russa Sputnik V para uso no Brasil. Em entrevista ao programa ‘Manhã Bandeirantes’, do apresentador José Luiz Datena, o chefe do Poder Executivo do Estado, disse que não desistiu ainda da compra de 1,2 milhão de doses.
“Tem alguma coisa errada naquela Anvisa. Porque não é possível que burocracia é mais importante do que salvar vidas. Eu acho que a Anvisa tinha que cair prá dentro. Ao invés de ficar exigindo papel, volta lá, faz a inspeção, ajuda a resolver. Agora não dá de colocar burocracia em primeiro lugar e deixar milhões de brasileiros sofrendo”, disse Mendes.
A discussão em torno da vacinação com a Sputnik em Mato Grosso teve início após o governador assinar, no final de março, um contrato de compra de 1,2 milhão de doses da Sputnik V. À época, o chefe do Executivo estadual afirmou que até a segunda quinzena de abril a vacina já poderia estar disponível no estado.
Contudo, no momento em que o contrato foi assinado, o imunizante ainda não estava liberado para uso no Brasil. A Anvisa, responsável pela autorização no país, só anunciou seu posicionamento sobre a vacina no final de abril, quando negou a utilização após apontar diversas “incertezas” em torno da Sputnik V – sobretudo quanto à transparência da produção da vacina.
A negativa da Anvisa frustrou o pronunciamento inicial do governador, que tão logo lamentou o posicionamento da agência reguladora e afirmou que o imunizante já é utilizado em mais de 60 países.
“A Anvisa ainda está com as objeções dela. Existe um grupo técnico trabalhando para atender e devolver à agência aquilo que achamos que é – na minha opinião – absurdo, porque tem mais de 60 países usando essa vacina. Não tem relato em nenhum deles de problema”, afirmou o governador quando a Anvisa negou o uso emergencial do imunizante.
“Mas a Anvisa viu um monte de problemas, não sei de onde ela tirou. Mas como não sou técnico e não conheço com profundidade, estou deixando que os técnicos que representam o consorcio de 12 estados que compraram essa vacina possa fazer essa interlocução”, finalizou.
Fonte: Gazeta Digital