O secretário de Cidades (Secid), Wilson Santos (PSDB), confirmou que o governo começará a demolição das casas da ‘Ilha da Banana’ no próximo domingo (09). A desapropriação faz parte do projeto do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) que passará pelo local. Ao todo, até o momento, o governo pagou R$ 72,91 milhões em indenizações em todo o projeto do novo modal. Deste montante, R$ R$ 6.358.603,06 são referentes aos 15 imóveis que serão derrubados no final de semana.
“Enquanto o Ministério Público Estadual (MPE) está analisando os valores acordados com o Consórcio VLT, estamos trabalhando em diversas frentes. Estamos analisando a Ilha da Banana, que começará a ser demolida no próximo domingo (09). São 15 imóveis ali, vamos avançar no que pode, quase todos estão desapropriados”, disse o secretário em entrevista ao Olhar Direto.
Wilson Santos também garantiu que “todas as indenizações já foram pagas. Todos os proprietários já estão com o dinheiro na conta”. A empresa cuiabana Material Forte Incorporadora LTDA foi habilitada para executar o trabalho de demolição. Pelo serviço, a empresa vencedora de procedimento licitatório, irá receber a quantia de R$ 4,02 milhões.
Na opinião de Iarla Borges, dona de uma farmácia nas proximidades da Ilha, a demolição deixará o local mais seguro. “Sou a favor de destruírem ali, porque tem muito usuário morando e eles acabam atrapalhando até as vendas, porque ficam na porta dos estabelecimentos pedindo dinheiro, oferecendo riscos aos clientes, deixando eles constrangidos. Pedimos pra eles não podem fazer isso, pedimos pra sair e ameaçamos chamar a polícia e alguns respondem com agressividade.”
Os relatos também se estendem a situações de maior agressividade, na qual funcionários também são expostos a riscos. Também são compartilhados por outros comerciantes, como A.B.R, que há três anos atua na região. Ele conta que todas as lojas em frente ao Morro da Luz já foram assaltadas, desde a lanchonete até a casa de molduras. Além disso, os passageiros que aguardam nos pontos de ônibus também são vítimas das ações.
Desapropriações
Até o momento, o Governo de Mato Grosso, por meio da Secid, já desapropriou 766 imóveis na região metropolitana. Ainda existem 205 na lista para serem desapropriados, perfazendo um total de 971 edificações atingidas. Os números envolvem imóveis em áreas do VLT e demais obras de mobilidade urbana para a Copa.
Para os procedimentos, o Estado desembolsou R$ 72,91 milhões em indenizações. Ainda estão previstos gastos de R$ 26,02 milhões com outras indenizações.
Projeto
O modal terá dois eixos, Aeroporto-CPA e Centro-Coxipó, e será implantado no canteiro central das avenidas João Ponce de Arruda e FEB, em Várzea Grande; XV de Novembro, Tenente Coronel Duarte (Prainha), Historiador Rubens de Mendonça, Coronel Escolástico e Fernando Corrêa da Costa, em Cuiabá, totalizando 22 km de extensão.
Análise e acordo
O Ministério Público Estadual (MPE) iniciou a análise do acordo firmado entre o Governo do Estado e o consórcio responsável pela retomada das obras do Veículo Leve Sobre Trilhos (VLT). O documento foi entregue no último dia 31, pelo governador do Estado, Pedro Taques, e sua equipe, ao promotor de Justiça André Luis de Almeida, do Núcleo de Defesa do Patrimônio Público e da Probidade Administrativa da Capital.
O Estado acordou em pagar R$ 922 milhões para a conclusão integral da implantação do modal. A previsão é de as obras sejam concluídas em 24 meses.
No acordo firmado entre o Governo e Consórcio, a primeira etapa da obra será finalizada em março de 2018 e compreende o trecho entre o aeroporto de Várzea Grande até a estação do Porto, em Cuiabá.
Até dezembro de 2018 deverá entrar em funcionado todo o trecho da linha 1, num total de 15 quilômetros, entre o aeroporto de Várzea Grande e o Terminal do Comando Geral, na Capital. Já a linha 2, que compreende o trecho de 7,2 km entre a avenida Tenente Coronel Duarte (Prainha) e o Parque Ohara, no Coxipó, será entregue até maio de 2019.