Governo escolhe RDC para terminar o VLT e Secid excluirá trincheira de projeto

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O secretário de Cidades, Wilson Santos (PSDB), revelou – em entrevista exclusiva ao Olhar Direto – que o governador Pedro Taques (PSDB) decidiu escolher o Regime Diferenciado de Contratação (RDC) para terminar as obras do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT). Sendo assim, o modal será finalizado com dinheiro público e apenas gerido através de Parceria Público-Privada (PPP). Além disto, uma trincheira será excluída do projeto, com o objetivo de enxugar o valor final.

“Após a decisão de romper com o Consórcio VLT, estudamos novas alternativas, levamos até o governador e ele optou pela conclusão do modal VLT através de uma licitação na modalidade RDC. Estamos neste momento elaborando o edital para que, no mais tardar em fevereiro, possamos apresentar no cenário nacional um edital de concorrência pública”, disse o secretário.

Wilson ainda acrescenta que está sendo feito um esforço para enxugar o preço do novo modal: “Ainda não sabemos quanto será investido, mas estamos desidratando ao máximo este preço. Já retiramos do escopo desta obra a trincheira na avenida do CPA, próximo a Havan, ela será excluída. Estamos simplificando as plataformas, terminais e paradas. A intenção é economizar ao máximo”.

A trincheira Luiz Felipe teria 340 metros de extensão por 32 metros de largura. Seria constituída da via permanente, para passagem do VLT, e três faixas de rolamento por sentido, para tráfego geral dos veículos. Sobre a trincheira também era prevista a construção de uma rotatória que seria usada para conversão e acesso à rua Luiz Felipe – sentido Rodoviária de Cuiabá -, e em direção ao bairro Terra Nova. O custo seria de R$ 25 milhões.

O secretário ainda explicou ao Olhar Direto que o governo tem mais de R$ 193 milhões nos cofres públicos, prontos para serem usados e que a Caixa Econômica Federal (CEF) já sinalizou com um empréstimo do que for necessário e suficiente para concluir o projeto, tão aguardado pelos cuiabanos.

“A intenção é terminar a obra através de licitação e a operação do sistema será através de Parceria Público-Privada (PPP). Também estou esperando o prefeito Emanuel Pinheiro (PMDB), estou tentando há alguns dias uma reunião, para discutirmos o túnel na rua Trigo Loureiro, vindo do Baú com acesso ao Consil”, finalizou o secretário.

As obras do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) tiveram início em 2012, com previsão de conclusão em março de 2014, três meses antes da Copa do Pantanal Fifa 2014, tendo Cuiabá como uma das sedes – quatro jogos foram realizados na Arena Pantanal José Fragelli. Alegando não ter recebido por parcela considerável do que já havia realizado, o Consórcio VLT paralisou as obras em dezembro de 2014.

Após a posse, o governador Pedro Taques determinou auditoria nas obras e no contrato do Consórcio VLT. Constatou-se superfaturamento e falhas pontuais, como a aquisição antecipada das locomotivas e vagões do VLT supostamente por causa de um período de baixa do dólar.

Em fins de 2015, por determinação do juiz Ciro Arapiraca, da Seção Judiciária de Mato Grosso, houve a retomada das conversações do governo com o Consórcio VLT, para que as obras pudessem ser concluídas. Após a delação premiada de Silval Barbosa, revelando que houve corrupção, o contrato foi rompido. No início, o valor do projeto foi fixado em R$ 1,447 bilhão.

Fonte: Olhar Direto