Indígena de Mato Grosso aciona Bolsonaro no STF

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Presidente do Movimento Indígena do Partido Democrático Trabalhista (PDT), o índio mato-grossense da etnia Xavante, Rafael Weree, acompanhado pelo deputado federal Túlio Gadelha (PDT-PE) e do presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, ingressaram com uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) no Supremo Tribunal Federal (STF) contra a nova Medida Provisória editada pelo presidente da República Jair Bolsonaro (PSL) na última quarta-feira (19) para manter demarcação de terras indígenas no Ministério da Agricultura.

Na semana passada, o presidente Bolsonaro editou uma nova MP para transferir para o Ministério da Agricultura a responsabilidade da demarcação de terras indígenas. O texto foi publicado no Diário Oficial desta quarta-feira (19), um dia após a publicação da lei que alterou a estrutura administrativa do governo federal.

De acordo com a ação do PDT, Bolsonaro está desrespeitando uma decisão do Congresso Nacional, que levou a função de volta para a Funai, através de uma emenda do próprio deputado federal Túlio Gadelha, que ficou nacionalmente conhecido em 2018 por ser o namorado da apresentadora da Rede Globo, Fátima Bernardes.

Em um vídeo publicado nas redes sociais, Weree diz que Bolsonaro emitiu a Medida Provisória somente para atender os interesses do ruralista e secretário especial de Assuntos Fundiários do Ministério da Agricultura, Luiz Antônio Nabhan Garcia. Ele também pede para que o povo não aceite a mudança e fala que o atual presidente do Brasil é mais doido do que o ditador Kim Jong-un, da Coreia do Norte.

“Quero mandar uma mensagem para o presidente Jair Bolsonaro, que é sem noção e promove o ódio. Ele emitiu Medida Provisória 886 novamente transferindo a demarcação de terras indígenas para o ministério da Agricultura, só para atender o tal de Nabhan que está aguardando para ter em mãos a demarcação de terras indígenas, isso para nunca mais demarcar a terras no Brasil” inicia o xavante.

“Acho que está na hora da gente se revoltar e fazer uma mobilização contra este Governo. Não podemos aceitar este retrocesso como já aconteceu com a reforma trabalhista contra os trabalhadores, como já aconteceu os recursos cortados das universidades públicas. Parece que estamos aceitando e engolindo fácil. Precisamos mostrar a revolta e a insatisfação.  No jornal vejo que muitos falam que o presidente da Coréia é doido, mas o mais maluco está sendo o presidente do Brasil. Este é doido, vive de ódio… Ele sobreviveu a facada. Dizem que coisa ruim não morre e nós estamos vendo a prova viva, que agora está querendo destruir o meio ambiente e a nossa vida”, afirmou.

Weree que nasceu em Barra do Garças é neto de Mário Juruna, cacique da aldeia Xavante Nakamura, que se tornou o primeiro e único representante da classe indígena à ocupar uma cadeira na Câmara Federal, no ano de 1983.

Fonte: Olhar Direto