O endividamento do consumidor mato-grossense atingiu novos patamares em abril desse ano, com o acréscimo de mais 260 mil pessoas na lista de restrições do varejo nacional, quando comparada ao mesmo mês do ano passado. Dados da Serasa Experian revelam que mais de 46% da população adulta no Estado têm dívidas atrasadas e negativadas, taxa que representa mais de 1,13 milhão de pessoas. Em abril de 2018 eram 1,11 milhão de inadimplentes em todo o Estado, o que aponta alta de 2,34% na comparação anual.
Conforme os dados, Mato Grosso detém a sexta maior taxa de inadimplentes do País e a maior entre os estados do Centro-Oeste. O Estado supera ainda a taxa nacional que é de 40,4% da população adulta, endividada e negativada.
Regionalmente, o ranking da inadimplência é o seguinte: Mato Grosso, com 46,4% da população adulta com dívidas atrasadas, seguido pelo Distrito Federal com 43,4%, Goiás com 41,3% e Mato Grosso do Sul, com 39,6%.
Treze dos 27 Estados brasileiros estão acima da média nacional, sendo as regiões Norte e Sudeste as mais afetadas.
No País, abril registra novo recorde histórico, 63,2 milhões brasileiros inadimplentes. Isto significa que 40,4% da população adulta do país têm dívidas atrasadas e negativadas. Na comparação com o mesmo mês de 2018 (61,2 milhões), são dois milhões a mais de pessoas inadimplentes, ou seja, uma alta de 3,2%. Na relação abril x março 2019, o crescimento foi de 0,4%.
“Além dos impactos gerados pela insuficiência da educação financeira do brasileiro, a inadimplência é uma variável que segue as principais tendências do cenário econômico nacional. Neste sentido, com a estagnação da economia, aumento do desemprego e da inflação ao longo dos primeiros meses de 2019, que impactam diretamente o orçamento doméstico, continuamos a bater recordes no número de consumidores com contas em atraso”, comenta Luiz Rabi, economista da Serasa Experian.
O segmento de Bancos e Cartões é o que tem o maior número de dívidas vencidas e não pagas, por isso, o aumento da representatividade de janeiro a abril é o que mais preocupa, segundo Rabi. “Este crescimento demonstra a dificuldade em honrar um tipo de pagamento que costuma ser prioridade das famílias. Isso é um sinal de que as pessoas já tomaram crédito para quitar outras dívidas e chegaram no ponto de não conseguirem pagar nem este empréstimo. Se mantido ao longo dos próximos meses, este movimento pode fazer com que o spread bancário aumente, deixando os juros ainda mais caros para o consumidor”, diz. Clique aqui e veja a tabela com as informações.
O crescimento da inadimplência do consumidor em abril de 2019, na relação com o mesmo mês de 2018, foi puxado pelas dívidas não honradas com o segmento de Utilities (água, energia elétrica e gás). A Telefonia aparece em segundo lugar. Já Varejo e Serviços apresentaram queda na comparação interanual, uma sinalização de que a oferta de crédito nestes segmentos pode estar encolhendo. Clique aqui e veja a tabela e o gráfico com as informações.
REGIONAL – O Sul é a única região em que a população adulta dos Estados está com o percentual de inadimplência abaixo da média nacional (40,4%): Paraná (35,1%), Rio Grande do Sul (34,6%) e Santa Catarina (33,1%), este com o menor número em todo o país. “Esta região costuma ter menor índice de pessoas com dívidas atrasadas e negativadas porque o desemprego é mais baixo, graças às atividades do agronegócio”, comenta Rabi.
Fonte: Cuiabano News