Dos US$ 47,68 bilhões registrados na balança comercial brasileira em 2016, US$ 11,40 bilhões vieram do superávit alcançado pelas exportações mato-grossenses. O Estado contribuiu, sozinho, com praticamente 25% do saldo comercial do país. Foi o segundo estado brasileiro que mais colaborou, atrás apenas de Minas Gerais. A pauta, por mais um ano, seguiu fortemente concentrada nas vendas de soja, milho, carnes e algodão, respondendo por 95,7% do total exportado, com liderança do complexo soja com 60,8% do total.
Como chama a atenção o consultor e economista da PR Consultoria Carlos Vitor Timo Ribeiro, Mato Grosso faturou durante todo o ano passado US$ 12,58 bilhões. “O Estado sem manteve superavitário mesmo registrando queda anual de 3,7%. Em 2015 o faturamento havia sido de US$ 13,07 bilhões”. Ele frisa ainda que a pauta estadual vem mantendo a série de decréscimos anuais desde 2013. “Ou seja, são três anos consecutivos de queda sobre a receita proveniente dos embarques”. A balança comercial de um determinado país está favorável quando ele exporta (vende para outros países) mais do que importa (compra de outros países), como o Brasil e Mato Grosso mais exportaram do que importaram, ambos fecharam o ano com saldo positivo, ou seja, com superávit.
Além da redução anual sobre o faturamento, Mato Grosso, que fechou o exercício 2016 na sexta posição entre os principais estados exportadores do Brasil, acumulou ao longo do ano passado, “perdas cambais” com a desvalorização do dólar em relação ao real, como aponta o economista.
“Essa ‘perda cambial’ é de R$ 6,79 bilhões por conta da valorização do real frente ao dólar de 13,4% entre dezembro/2015 e dezembro/2016. Com o dólar médio de dezembro passado, no câmbio de 1 US$ = R$ 3,35 as exportações convertidas para a nossa moeda totalizaram R$ 41,92 bilhões, contra R$ 48,71 bilhões com o dólar de dezembro de 2015, na cotação de 1US$ = R$ 3,87, daí a diferença negativa de R$ 6,79 bilhões que consideramos como ‘perdas cambiais’. E mesmo assim, Mato Grosso participa com um quarto do superávit nacional e com 6,8% do montante total do país, ao ocupar a 6ª posição do ranking nacional”.
Ainda como frisa, a pequena perda de 3,7% em dólar no valor total das vendas externas em 2016 transforma-se em uma queda bem maior de 17,1% em reais, ilustrando o efeito cambial que potencializa a “perda” em reais, “com reflexos bem negativos para a economia mato-grossense, que tem nas exportações uma contribuição expressiva na formação histórica do PIB estadual”.
Os maiores exportadores do Brasil, pela ordem, são: São Paulo (US$ 46,20 bilhões), Minas Gerais (US$ 21,92 bilhões), Rio de Janeiro (US$ 17,18 bilhões), Rio Grande do Sul (US$ 16,57 bilhões) e o Paraná (US$ 15,17 bilhões).