A metodologia que estaria sendo utilizada para classificar os Estados num ranking de vacinação, no qual Mato Grosso figura na última posição, é contestada pelo governador Mauro Mendes (DEM). Ele atribui esse “equívoco” ao Grupo Globo, que diariamente noticia em seus veículos (TV, portais e jornais), dados atribuídos ao Consórcio de Veículos de imprensa formado em junho do ano passado por diferentes empresas de comunicação no Brasil para compilar e divulgar informações relacionadas à pandemia de Covid-19.
Outro problema seriam os municípios que aplicam as vacinas, mas não atualizam o sistema do Ministério da Saúde com as informações sobre as pessoas vacinadas. Segundo Mendes, Mato Grosso não tem tantos “velhos” como outros estados que aparecem em melhores colocações no ranking e por isso o comparativo é “injusto”.
Isso porque o Plano Nacional de Imunização (PNI) distribui as vacinas com base na quantidade de pessoas enquadradas nos grupos prioritários em cada Estado. Conforme o Plano Estadual de Vacinação divulgado pelo Governo do Estado em janeiro deste ano, são 396.198 pessoas com idades de 60 anos em diante, incluídas nos grupos prioritários para receber o imunizante nos 141 municípios mato-grossenses.
No total, Mato Grosso tem uma população de 3.526.220 habitantes conforme dados de 2020 do Tribunal de Contas da União (TCU) utilizados pelo Governo do Estado no Plano Estadual de Imunização. Conforme o ranking divulgado pelo Portal G1 na noite desta terça-feira (13), o Estado ocupava a última posição dentre todos os estados com apenas 7,63% da população imunizada com a 1ª dose, o equivalente a 269.224 pessoas.
Na aplicação da 2ª dose Mato Grosso aparecia no levantamento com 2,48% da população vacinada, representando 87.494 pessoas. Mauro Mendes deixou claro que vacina é atenção básica.
Ou seja, uma atribuição dos municípios. “Ai tem município que está lá com 90% de eficiência na primeira dose e tem município que está com 20% com 30%. Estamos soltando toda terça-feira aquele ranking para ver se a população cobra, se os deputados cobram, se o Ministério Público cobra. Eu já cobrei dos prefeitos, já mandei áudio, a gente enxerga a informação de acordo com o sistema”, ressaltou o governador.
Em seguida, ele ponderou que a não atualização das informações faz o Estado aparecer em último colocado somado ao “equívoco” na hora de comparar com o número de pessoas imunizadas com a quantidade total da população. “Se ele aplicou e não alimentou a população fica achando que não aplicou ai aparece lá no Fantástico, no Jornal Nacional que nós somos um dos últimos e tem um erro. Já mandei um documento por escrito pra Globo dizendo que tem um erro porque nós não recebemos vacina da forma como eles estão calculando lá”, colocou Mendes.
POPULAÇÃO JOVEM
Conforme o governador, Mato Grosso e o Brasil inteiro recebe vacina de acordo com o Plano Nacional de Imunização, cujo critério é por faixa etária e não por percentual de população. Nesse contexto, o gestor garante que os estados que têm a população mais jovem estão recebendo menos vacina, situação registrada em Mato Grosso. “Se você olhar na primeira faixa, se terminasse de entregar 100% para todo mundo aqui em Mato Grosso e por exemplo no Rio Grande do Sul, eles iam ter 50% de mais gente vacinada do que nós. Porque lá tem uma população mais velha do que a nossa e são os velhos que estão recebendo primeiro. Então eles receberiam mais vacinas do que nós e quando divide pela população total nós estaríamos vacinando aqui, por exemplo, 6% da nossa populaçção e eles estariam vacinando 9% da população deles porque eles têm mais velhos do que nós. Todos Estados que têm população mais velha isso pode realmente fazer uma diferença naquilo que é o percentual final”, argumentou Mauro Mendes.
Contudo, ele reforçou que o problema maior são as prefeituras vacinarem e informar no sistema. “Tem município ai que recebe 500 ou mil vacinas, você aplica em dois dias por mais devagar que seja e não está acontecendo isso, a gente sabe que tem gente patinando por ai. Mas nós estamos cobrando e peço que os deputados que têm representantes em diversas regiões também falem com os prefeitos. Estou falando, o Gilberto está falando, cobrando positivamente, e houve uma reação, eu vi município que estava lá embaixo, bati ontem o olho lá e vi o cara lá em cima. A cobrança é sadia, saudável, propositiva e todos nós podemos fazer”.
Na coletiva virtual, o governador também alertou para a possibilidade de redução na quantidade de vacinas recebidas do Ministério da Sáude. Segundo o gestor, no mês passado não foi cumprido aquilo que estava programado no PNI. “O Butantan cumpriu o programado, a Fiocruz não cumpriu. Esse mês o Butantan encerra o primeiro contrato que era de 46 milhões de doses e deve começar outro contrato lá para o segundo semestre. Está no ar ai um cheiro de redução de chegada de vacina pelo PNI, aquilo que estava programado pelas outras não aconteceu, da Covax Facility”, revelou o Mauro Mendes.
Fonte: Folhamax