Apesar da polêmica envolvendo a liberação de imunizantes russo para o Brasil, governador Mauro Mendes (DEM) afirmou que não irá desistir da compra das doses da vacina Sputnik V. O governador classificou a decisão da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), em não autorizar a utilização dos imunizantes, como “absurda”. Ele acredita que o consórcio de governadores irá reverter essa decisão.
O chefe do Executivo Estadual voltou a citar a utilização da vacina em outros países, e afirmou que o consócio está contraponto todos os pontos apresentados pela Anvista para não autorizar a liberação.
“Nós não desistiremos. A Anvisa ainda está com as objeções, existe um grupo técnico para demover da agência daquilo que é, na minha opinião, um absurdo. Há hoje mais de 60 países usando essa vacina, e não tem relatos, em nenhum deles, de problema, mas a Anvisa viu um monte de problema, não sei de onde ela tirou. Mas, como não sou técnico, estou deixando que os técnicos do consorcio de 12 estados que comparam a vacina possam fazer essa interlocução e possam fazer essa liberação”, explicou.
Mendes pretendia adquirir 1,2 milhão de doses para Mato Grosso. O governador chegou a assinar um contrato com a fabricante russa, no valor de R$ 67,3 milhões.
O Supremo Tribunal Federal (STF) chegou a autorizar os estados a adquirirem a dose, mesmo sem o aval da Anvisa.
Mas, de acordo com Mauro Mendes, a fabricante russa avisou que não enviará as doses sem a aprovação da agência reguladora.
A importação da vacina russa foi negada pela Anvisa, por unanimidade, no fim do mês passado, sob a alegação de ausência de dados consistentes e confiáveis.
A decisão foi baseada, principalmente, em relatório produzido pela Gerência Geral de Monitoramento de Produtos Sujeitos à Vigilância Sanitária (GGMON), que identificou diversas falhas no desenvolvimento do produto, em todas as etapas dos estudos clínicos que deram origem ao imunizante (fases 1, 2 e 3).
Além disso, também foi constatada a ausência ou insuficiência de dados de controle de qualidade, segurança e eficácia.
Conforme a Anvisa, uma das informações preocupantes, com relação à avaliação dos dados disponíveis até o momento, é que as células onde os adenovírus são produzidos para o desenvolvimento da vacina permitem sua replicação.
Os técnicos da Anvisa alegam que isso acarreta infecções em seres humanos, podendo causar danos e óbitos, especialmente em pessoas com baixa imunidade e problemas respiratórios, entre outros problemas de saúde.
Além de Mato Grosso, outros 13 estados enviaram pedidos de importação da vacina Sputnik V para a Anvisa.
Trata-se do Acre, Alagoas, Amapá, Bahia, Ceará, Maranhão, Pará, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Rondônia, Sergipe e Tocantins, além dos municípios fluminenses de Maricá e Niterói.
Fonte: Diário de Cuiabá