Mato Grosso registrou crescimento na economia e fechou 2018 com a terceira maior variação anual do Produto Interno Bruto (PIB), no País.
Conforme dados divulgados na sexta-feira (12) pelo IBGE, por meio das Contas Regionais 2018, o Estado somou R$ 137,44 bilhões.
O Amazonas teve o maior crescimento (5,1%), seguido por Roraima (4,8%) e Mato Grosso (4,3%).
Quinze unidades da Federação tiveram taxas de crescimento superiores à do país, que foi de 1,8%.
Na análise de desempenho em volume, ao longo da série 2002-2018, Mato Grosso também se destacou com a maior variação acumulada entre os entes federativos: 121,3%.
A agropecuária registrou crescimento de 5,3% em 2018, em relação ao ano anterior, e participação de 20,9% na economia estadual.
A produção agrícola avançou, devido aos bons resultados da soja e ao aumento significativo da produção de algodão em caroço, resultante da ampliação da área cultivada.
O milho apresentou recuo de produção, se comparado ao recorde apresentado no ano anterior.
Na pecuária, inclusive apoio à pecuária, a variação foi de 12,6%, expansão que se amparou no desempenho da criação de bovinos, suínos e aves.
No segmento de criação de bovinos, o plantel de Mato Grosso prosseguiu com destaque no âmbito nacional e teve recuperação em 2018 vinculada ao aumento de efetivo e do abate.
A Indústria do Mato Grosso apresentou crescimento de 4,2% e participou com 15,8% no total da economia do Estado em 2018.
O acréscimo em volume de 4,1% de Indústrias de transformação foi um destaque, devido às atividades de fabricação de produtos alimentícios e de fabricação de álcool e biocombustíveis, com a expansão da produção do etanol proveniente do milho.
Eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos e descontaminação teve variação em volume de 10%, com destaque para a contribuição da geração de energia elétrica em função da Hidrelétrica de Teles Pires.
A construção apresentou a primeira variação positiva em 0,9%, depois de três anos de resultados negativos; desempenho influenciado, sobretudo, pela construção de edifícios e pelas obras de infraestrutura.
Os serviços encerraram o ano de 2018, com variação em volume de 4,0% e participação de 63,3%.
As principais contribuições vieram de Comércio e reparação de veículos automotores e motocicletas, com variação em volume de 5,0%, e atividades profissionais, científicas e técnicas, administrativas e serviços complementares, que cresceu 12,5%.
Destaque também para o crescimento de 6,2% de Transporte, armazenagem e correio, devido aos serviços de transporte de cargas nas modalidades rodoviário e ferroviário, utilizados para o escoamento da produção agrícola.
Na série 2002-2018, o PIB em volume do Brasil apresentou crescimento médio de 2,4% ao ano. Mato Grosso foi quem mais cresceu entre as 27 unidades federativas, com variação média de 5,1% a.a.
Em seguida, no ranking vem o Tocantins, com crescimento de 4,9% a.a., Roraima, com 4,2% a.a., e Piauí, com 4,1% a.a.
Mato Grosso, Tocantins e Piauí ganharam relevância nacional no setor de agropecuária ao longo da série, devido ao cultivo de soja.
No caso de Mato Grosso, destaca-se também o cultivo do algodão herbáceo e a criação pecuária de bovinos.
Tocantins avançou ainda nas atividades de comércio e reparação de veículos automotores e motocicletas e construção.
E o Piauí, por sua vez, destacou-se em eletricidade e gás, água e esgoto, atividades de gestão de resíduos e descontaminação, em função aumento da geração de energia elétrica com fonte eólica.
PAÍS – Sergipe foi a única unidade da Federação a perder volume do PIB, com queda de 1,8%, o quarto ano seguido negativo.
De acordo com o técnico do IBGE, Luiz Antônio de Sá, o resultado negativo em Sergipe está ligado não só ao desempenho econômico, mas também por conta de questões de condição climática adversas em 2018.
Sá explica que o crescimento em cada um desses estados se deu por fatores diferentes.
O Amazonas tem um perfil considerado atípico na região, por conta da forte influência da atividade de Indústrias de Transformação, que cresceu 8,8% de 2017 para 2018, motivada pelo segmento de equipamentos de informática.
“Por conta da Zona Franca de Manaus, o estado tem um destaque não só regional, como nacional”, cita o técnico do IBGE.
A pesquisa mostra também que alguns estados perderam participação no PIB nacional. São Paulo, que perdeu 0,6 ponto percentual do total do país e, pelo segundo ano consecutivo, teve a maior perda de valor relativo.
“Geralmente, os estados maiores têm maior capacidade de oscilações de participação. São Paulo teve uma queda de participação equivalente ao valor do PIB de Rondônia, por exemplo”, salientou Sá.
Entre as atividades que contribuíram para essa perda de participação de São Paulo, destaque para atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados, que tem o estado paulista representando mais de 50% do total nacional da atividade.
Fonte: Diário de Cuiabá