Municípios vivenciam escalada da fome em Mato Grosso

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Mato Grosso virou manchete nacional por conta da fila, cada vez maior, de famílias carentes para pegar ossinhos doados por uma casa de carnes, localizada no Bairro CPA 3, em Cuiabá. Por conta da pandemia do coronavírus, o Estado que é campeão na produção de alimentos vivencia o aumento da pobreza. Em junho passado, dados divulgados durante audiência na Assembleia Legislativa (AL) apontavam para 391 mil cidadãos residentes no território mato-grossense vivendo em situação de vulnerabilidade social ou em extrema pobreza com renda per capita de R$ 80,00.

Ao falar sobre a doação de ossos, o governador Mauro Mendes (DEM) defendeu sua gestão e cobrou ações da Prefeitura da Capital. “Claro, fico chateado (com a situação). O governo está fazendo muito e o que Cuiabá está fazendo? Vamos divulgar a quantidade de cesta básica que estamos distribuindo aqui. Então, o governo está fazendo isso no Estado inteiro, mas as prefeituras têm que fazer também”, declarou ontem (26), em coletiva à imprensa para o anúncio do retorno às aulas presenciais.

Nas últimas semanas, as longas filas de pessoas formadas na porta do açougue chamaram a atenção. No último domingo (25), o Fantástico, da Rede Globo, fez uma reportagem especial mostrando a situação de famílias que lutam por comida. Na semana passada, equipe da Secretaria Municipal de Assistência Social, Direitos Humanos e da Pessoa com Deficiência começou a fazer levantamento das famílias que buscam a doação de ossinhos.

A garantia é de que o órgão municipal realiza com frequência ações de abordagem para busca ativa da população em situação de vulnerabilidade social na Capital. Na região, foram identificadas 80 pessoas em situação de vulnerabilidade. Deste total, segundo a administração municipal, 70% não estavam referenciadas pelos Centros de Referências (Cras) de abrangência.

“Esses levantamentos são realizados continuamente pela Secretaria de Assistência Social e é a partir deles que identificamos as necessidades básicas e emergenciais, como também se já recebem os benefícios eventuais concedidos (cestas básicas, caixas de leite) ou se já estão inclusos nos serviços de Proteção Integral a Família (PAIF) e Serviços de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV) ou em cursos de qualificação profissional como o Qualifica Cuiabá”, explicou a coordenadora da Atenção Básica, Failse Cibele.

Conforme levantamento do Registro Mensal de Atendimentos (RMA), nesse primeiro semestre de 2021, foram realizados cerca de 30 mil atendimentos individualizados e mais de 13.739 benefícios foram entregues como cestas básicas, caixas de leite e kits natalidade (cestas com produtos essenciais para os cuidados com os recém-nascidos).

Já a distribuição de cestas básicas tem sido uma política do Governo do Estado, que em março também começou a pagar auxílio de R$ 150 para mais de 100 mil famílias em situação de pobreza e extrema pobreza, por meio do programa Ser Família Emergencial.

Fonte: Diário de Cuiabá