Até o dia 2 de junho a análise do relatório das obras do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) deve estar conclusa pelo Ministério Público e as obras poderão ser iniciadas no início do 2º semestre de 2017. É o que prevê o deputado licenciado e secretário estadual de Cidades, Wilson Santos (PSDB). Ele falou sobre o assunto em entrevista à TV Cuiabá Canal 47.1. Conforme detalha o secretário, restam ser pagos R$ 313 milhões ao Consórcio VLT e ainda serão necessários R$ 609 milhões para conclusão da obra. Somados, os valores perfazem R$ 922 milhões. Em caixa, o governo dispõe R$ 193 milhões para investir na retomada da obra. O restante está sendo negociado com a Caixa Econômica Federal.
Santos calcula que até o dia 2 de junho a análise do relatório, tanto pelo Ministério Público Estadual (MPE) quanto pelo Ministério Público Federal (MPF), estará concluída. “Os dois farão um documento único e aí o titular da ação deve homologar em, no máximo, 30 dias, para fechar a obra”.
Ao falar sobre as obras do VLT, o secretário fez uma defesa enfática. Para ele, a obra precisa ser retomada para que não seja desperdiçado o montante de R$ 1 bilhão gastos até agora. “Eu era a favor do BRT, mas não cabe mais essa discussão”, avalia. “Tem que terminar essa obra, como o Rio de Janeiro terminou. Retomar e entregar de maneira correta. Não se pode punir o povo, que pagou pela obra. Tem que punir quem roubou”.
De acordo com o secretário de Cidades, não há risco do consórcio que conduz a obra de implantação do VLT não ser concluída. Segundo ele, o novo acordo estabelece prazos para conclusão da obra e a empresa poderá ser acionada judicialmente se não cumpri-los. “Não podemos abandonar essa obra, temos que resolver”.
Para atender os usuários do metrô de superfície, serão implantados 4 terminais. Um deles, em Várzea Grande, será instalado em frente ao aeroporto Marechal Rondon, integrado ao terminal de passageiros André Maggi, que será transferido do ginásio poliesportivo Fiotão.
Em Cuiabá, haverá um terminal no bairro Porto, anexo ao Atacadão. Outro terminal será implantado em frente ao Comando Geral da Polícia Militar, onde era a Escola Tiradentes. Um terceiro será implantado no Parque Ohara, no Coxipó. Além disso, 29 pequenas estações serão instaladas.
Ilha da Banana – Santos também está confiante na liberação da demolição da Ilha da Banana, em Cuiabá. Ele afirma que a galeria instalada na área popularizada como Ilha da Banana não apresenta características históricas ou artísticas e atualmente serve como abrigo para usuários de entorpecentes e infratores. Segundo ele, o IPHAN autorizou a implosão do prédio. O local desocupado irá compor uma praça junto com o Largo do Rosário. A extensão da Avenida Coronel Escolástico, em frente à Igreja de São Benedito, será fechada. Já o trecho que contorna o Morro da Luz será alargado, paralelo ao traçado do metrô de superfície. “Vamos ter na região toda em frente a Igreja de São Benedito o Largo do Rosário e uma praça, que respeita todas as características históricas e artísticas do período Colonial, do século 18 e 19”.
Segundo o secretário, o “imbróglio” envolvendo a Ilha da Banana não foi definitivamente resolvido porque ocorreram mudanças internas no MPF e troca de procuradores. “O último procurador demorou 11 dias para receber o processo e, então, pediu para aguardar até 24 de abril para que uma técnica de Brasília apresentasse o laudo, contrariando o parecer de anos do Iphan”, expôs o secretário. “Agora é um procurador novo que chegou, há menos de um mês”. Santos relata que na última segunda-feira (15) foi encaminhada pela Secid toda a documentação solicitada. “Estamos conversando. Nos próximos dias acho que entraremos em entendimento com o MPF”. A Ilha da Banana abriga 15 imóveis, dos quais 11 já foram adquiridos pelo Executivo estadual. “Faltam 4 imóveis e ainda não foram negociados por mero acordo financeiro”.