Oito mandados de prisão foram cumpridos contra membros do Comando Vermelho, nesta quinta-feira (10), em razão do assassinato de três jovens no bairro Nova Esperança 2, em Cuiabá, no final de 2019. As prisões foram executadas pela Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), no âmbito de investigações que apuravam crimes relacionados à atuação de facções criminosas no estado.
Ao todo, nove mandados foram emitidos em relação à chacina, mas uma mulher não foi localizada e segue foragida. Das oito ordens de prisão cumpridas, três foram emitidas contra homens que já estavam presos por assassinato anterior realizado no bairro Jardim Industriário, também em 2019. As investigações da polícia apontaram que os dois crimes estavam relacionados.
No primeiro caso, a vítima era membro de facção e foi assassinada por descumprir ordens do Comando Vermelho. Desta ocorrência, quatro mandados de prisão foram cumpridos no início de novembro deste ano.
No segundo caso, os jovens Davi Pereira Jesus Santos, Eliomar Pereira Vidal e Nicolas Rian Vaz dos Santos, vindos de São Paulo para vender tapetes em Cuiabá, foram assassinados sob suspeita de serem faccionados do Primeiro Comando da Capital (PCC). Nesta ocorrência, três das pessoas presas também mantinham relação com o crime anterior.
À época da chacina dos jovens, que vieram para Cuiabá em um grupo de oito pessoas, foi levantada a possibilidade de que eles eram faccionados. Contudo, a investigação da DHPP esclareceu que as vítimas foram mortas em uma tentativa de ascensão dos assassinos dentro da facção.
Em coletiva de imprensa, os delegados Fausto Freitas, Caio Fernando Albuquerque e Mário Roberto Santiago Júnior apontaram que foi os membros de facção foram à quitinete onde as vítimas estavam e ali realizaram o tribunal do crime – condenando os jovens por supostamente serem faccionados do PCC.
Porém, o assassinato só foi realizado dias depois, quando quatro homens invadiram a quitinete onde o grupo estava durante a madrugada e atiraram contra todos os que estavam no primeiro cômodo da casa. Na ocasião, havia três jovens no espaço alvejado pelos atiradores.
À imprensa, os delegados apontaram que toda a ação foi executada mesmo com os membros do Comando Vermelho sabendo que os jovens não eram faccionados. A intenção do assassinato, então, seria a possibilidade de ascensão dos atiradores dentro da facção após a execução de vítimas supostamente participantes de grupo rival.
Na data em que foi realizado o tribunal do crime, 15 pessoas teriam participado do julgamento. No momento da execução dos jovens, contudo, apenas quatro faccionados estavam presentes. Até esta quinta-feira, das nove pessoas presas, três têm relação com os dois crimes, cinco somente com a chacina dos jovens, além da mulher que segue foragida.
Fonte: Gazeta Digital