Com traçado passando por Mato Grosso e um custo estimado de obra em US$ 50 bilhões, viabilidade técnica e econômica da Ferrovia Bioceânica será discutida em audiência pública pela Comissão de Infraestrutura (CI) do Senado. Modal é discutido há cerca de dois anos e a previsão é que sejam escoados 23 milhões de toneladas, podendo dobrar o volume total em 25 anos.
A viabilidade técnica e econômica da Ferrovia Bioceânica, planejada para ligar o Brasil ao Oceano Pacífico, será discutida na Comissão de Infraestrutura (CI) no Senado nesta terça-feira, 18 de abril.
Segundo informações da Agência Senado, foi convidado para a audiência pública o representante da China Railway Engineering Corporation, responsável pelo estudo de viabilidade da obra. Além dele estão confirmados também Bruno Nunes Sad, diretor de Infraestrutura de Logística do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, e Maurício Alves da Costa, secretário da Coordenação-Geral de Assuntos Econômicos Latino-Americanos e Caribenhos do Ministério das Relações Exteriores.
A ferrovia terá quase 5 mil quilômetros de extensão. O traçado começa por Goiás e cruzará a Cordilheira dos Andes, a 2.050 metros de altitude, até chegar a Bayovar, no norte do Peru.
O debate, segundo a Agência Senado, foi solicitado pelo senador Jorge Viana (PT-AC) e teve apoio do presidente da CI, senador Eduardo Braga (PMDB-AM), e dos senadores Acir Gurgacz (PDT-RO), Wellington Fagundes (PR-MT) e Romero Jucá (PMDB-RR).
Em junho de 2015, uma comitiva formada pelo embaixador da China no Brasil, Li Jinzhang, e 23 empresários chineses estiveram em Mato Grosso para conhecer as potencialidades dos municípios por onde a ferrovia irá passar, bem como a infraestrutura do Estado. O grupo chegou a percorrer na época os municípios de Comodoro, Campos de Júlio, Sapezal, Campo Novo do Parecis, Nova Mutum e Lucas do Rio Verde.
No mês de julho de 2016 a empresa chinesa CREEC, contratada pelo governo chinês para desenvolver os estudos de viabilidade do modal, revelou que a Ferrovia Bioceânica, também conhecia como Transoceânica, que liga o Brasil ao Oceano Pacífico é viável para o escoamento da produção brasileira e pode ser construída em nove anos.
Como o Agro Olhar comentou na época, a China já havia desembolsado R$ 200 milhões nos levantamentos, porém ainda era necessário estudar os custos da construção, em especial na Cordilheira dos Andes.