Pacientes relatam perda de até 50% do cabelo após se recuperarem da Covid

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Os relatos sobre quedas excessivas de cabelos entre pessoas que tiveram a covid-19 têm sido cada vez mais frequentes. Estudos feitos por universidades dos Estados Unidos, México e Suécia apontam que 1 a cada 4 pacientes são atingidos pelo sintoma. Os dados demonstram ainda que 25% dos acometidos pelo vírus, adquirem a chamada “covid-19 persistente/longa” após a recuperação.

O professor do curso de Medicina da Universidade de Cuiabá (Unic) e infectologista Tiago Rodrigues diz que ainda não há explicação específica para o fenômeno.

“Estudos estão sendo feitos para entender melhor a causa específica, mas ela pode vir do processo inflamatório provocado pelo vírus no organismo, como acontece em outras doenças como a dengue e o zicavírus, ou devido ao estresse emocional causado pela própria doença. Além do problema capilar, outros sintomas também chamam atenção e são averiguados, como algumas lesões na pele e, em casos mais raros, cegueira”, diz.

50% do cabelo

A cuiabana e fotógrafa Luana Moretto relatou em suas redes sociais que percebeu a queda dos fios e que identificou outras mulheres vivendo a mesma situação.

“Quem me conhece há mais tempo, ainda que apenas por redes sociais, sabe que sempre tive bastante cabelo. Meu cabelo é cacheado e bem volumoso. Eu tive covid, me recuperei, e agora, dois meses depois de curada, estou com várias falhas na cabeça. Outras meninas responderam aos meus stories no Instagram, pois também estão passando por isso”, contou.

Luana comenta que, nas últimas semanas, os fios têm caído em menor quantidade, mas quando percebeu o problema, chegou a chorar por ter medo de ficar careca.

“Em um banho saía tufos, perdia mechas e mechas grossas quando eu passava a mão, era desesperador. Eu digo tranquilamente que eu perdi mais ou menos 50% do volume do meu cabelo. No banho, consigo ver bastante o couro cabeludo e em algumas fotos eu percebo as falhas que ficaram”.

Ajuda médica

Outra pesquisa realizada nos Estados Unidos observou pacientes já recuperados da doença. O resultado mostrou que, apesar de as pessoas perderem cabelos naturalmente durante o dia (cerca de 100 por dia), existe uma ligação da infecção ao ciclo de vida dos fios.

O estudo apontou que neste grupo de pessoas, a etapa em que se espera a queda do fio sofre alteração e acontece de forma antecipada, justificando a perda excessiva de cabelo.

O professor da Unic acrescenta que não existe prevenção para a situação, pontua que um(a) médico(a) deve ser consultado quando os sintomas começarem a aparecer, para que as medidas cabíveis sejam tomadas de forma saudável.

“É importante buscar o médico, ou médica, de sua confiança e iniciar o tratamento adequado, caso ele seja prescrito. Não é recomendável que se faça receitas caseiras ou algo do tipo”, orienta. (O Livre/Assessoria)