Polícia encontra 18 armas em imóvel de luxo e aguarda para periciar sangue

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Terminou antes do meio-dia a primeira parte da busca e apreensão da operação desencadeada pela Polícia Civil nesta sexta-feira (17), para começar a elucidação da morte de Isabele Guimarães Ramos, 14 anos, baleada na cabeça em um disparo acidental feito pela amiga da mesma idade, no condomínio Alphaville, em Cuiabá.

Policiais da Gerência Operações Especiais (GOE), Delegacia Especializada do Adolescente (DEA) e Delegacia Especializada em Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente (Deddica) cumpriram os mandados em dois endereços. Um na casa do pai do namorado da autora do disparo acidental, que seria o dono da pistola T-380 que disparou e matou a menina Isabele. O outro endereço é na casa onde ocorreu a morte.

Pai do namorado da menina que teria efetuado o disparo acidental, o proprietário da arma, identificado como Glauco Fernando Mesquita Correa da Costa, reside em um apartamente no prédio de luxo Royal Presidente, na Avenida Presidente Marques, em Cuiabá. No interior do imóvel foram localizadas 18 armas, entre revólveres, pistolas e espingardas. Todas documentadas e guardadas sem munições.

Não irá ocorrer nada contra o empresário Glauco porque ele é colecionador e tem documento para ter as armas em casa e apenas o registro foi feito. “Todas as armas são legalizadas”, disse um agente que esteve no apartamento.

Já na segunda parte da operação, com a equipe que permaneceu na casa onde ocorreu a morte, na noite de domingo (12), no condomínio Alphaville, os agentes encontraram dois galões com pólvora. Todos estavam lacrados e também possuíam documentos, por isso não foram levados para a perícia.

Além disso, três celulares que estavam na casa foram apreendidos e levados para inspeção da Perícia Oficial Técnica do Estado (Politec). A pedido do delegado Wagner Bassi, titular da DEA e novo responsável pelo caso, a casa deveria passar por uma inspeção de Luminol, que é um reagente químico que pode identificar sinais de sangue, mesmo que depois de limpo.

A perícia técnica explica que esse tipo de reagente é usado em últimos casos da investigação. “Essa substância, usada pela polícia para detectar vestígios de sangue, provoca uma reação chamada quimiluminescência, que é uma espécie de reação química que libera energia em forma de luz. O luminol é um pó, que após misturado com água e borrifado em locais suspeitos, reage na cor azul. E isso indica se o local teve ou não presença de sangue”, disse um perito ao Olhar Direto.

A pedido do delegado Wagner, esse reagente será utilizado nos quartos e na escada, para saber se o corpo de Isabele não foi arrastado ou trocado de lugar antes da polícia chegar.

O trabalho só será finalizado a noite, tendo em vista que é necessário ambiente espaço escuro para que o trabalho seja considerado perfeito, e a casa é muito clara, com paredes de vidro, o que dificulta o trabalho durante o dia da perícia. Por medo de algum tipo de manifestação, o GOE foi colocado de guarda em torno da casa do Alphaville e permanecerá até o final dos trabalhos.

Todos esses trâmites são para tentar encontrar vestígios que possam levar o caso a outra plataforma de investigação. Por enquanto, a morte da adolescente que começou a ser investigada pela Delegacia de Homicídios, passou para a Delegacia do Adolescente, devido a vítima e a autora terem a mesma idade: 14 anos.

O fato chocou Cuiabá. Na noite de domingo, conforme informações da Polícia Civil, Isabele foi morta com um único disparo, que teria sido acidental, após a amiga tentar guardar a arma em um case.

O corpo da adolescente foi encontrado no banheiro. A bala entrou pelo nariz e ficou alojada na nuca. A amiga de Isabele disse que o disparo foi acidental, pois no primeiro momento a arma, que pertencia ao pai do namorado dela, caiu e ao tentar recoloca-la no case, ela disparou e matou Isabele na hora.

As duas eram amigas há muito tempo. Isabele foi enterrada na terça-feira (14), no Cemitério Parque Bom Jesus de Cuiabá.

Fonte: Olhar Direto