O relator da Comissão de Ética da Câmara Municipal, vereador Ricardo Saad (PSDB) apresentou, durante sessão extraordinária, nesta quarta-feira (12), um parecer no qual pede a cassação do mandato do vereador Abílio Junior (PSC). Na avaliação do tucano, Abilio cometeu quebra de decoro por diversas ações desde que iniciou seu mandato.
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O voto do relator foi acompanhado tanto pelo presidente da comissão, vereador Toninho de Souza (PSD) e por Vinicyus Hugueney (Progressistas).
O relatório será encaminhado para Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), que terá 15 dias para emitir parecer. O vereador Abílio terá o mesmo prazo para fazer sua defesa antes do caso ir para Plenário, onde todos os vereadores vão votar pela sua permanência, ou cassação.
Para permanecer no cargo, Abílio precisará de pelo menos 13 votos a seu favor. Caso contrário, terá o seu diploma cassado.
A representação curiosamente foi feita pelo ex-vereador Oséas Machado (PSC), que atualmente responde pela diretoria do Hospital São Benedito e é suplente de Abílio, ou seja, irá assumir a vaga na Câmara no caso da confirmação da cassação de Abílio.
No documento protocolado por Oséas na Câmara em outubro de 2019, o suplente apontou uma série de situações protagonizadas por Abílio desde que ele tomou posse em 2017, que podem ser encarados como quebra de decoro parlamentar.
Entre as situações apontadas na representação está um boletim de ocorrência registrado pelo próprio Oséas narrando que Abílio invadiu o Hospital São Benedito várias vezes, de forma arbitrária, além de coagir funcionários, chegando a mexer em computadores e gavetas sem autorização.
O pedido de cassação feito pelo suplente ainda cita ofensas de Abílio contra parlamentares, como dizer que o colega Adilson da Levante (PSB) ‘senta no colo da base’ do prefeito Emanuel Pinheiro (MDB), por conta de uma promessa de asfalto em seu bairro.
O documento também supõe que Abílio quebrou decoro ao ofender o vereador Adevair Cabral (PSDB), sugerindo que ele é analfabeto em uma discussão ocorrida durante uma sessão ordinária.
Além das denúncias feitas por Oséias, o relator também ressaltou uma ameaça de morte supostamente sofrida por Abílio, cometida pelos vereadores Chico 2000 (PL), Adevair Cabral (PSDB) e Juca do Guaraná (Avante), fato que foi dito pelo vereador em live nas suas redes socais.
Princípio de confusão
A defesa do vereador Abílio Junior tentou se manifestar durante a sessão, mas não foi autorizada pelo presidente da comissão, Toninho de Souza, causando um princípio de confusão. Um representante da Ordem dos Advogados do Brasil, que acompanhava a oitiva, exigiu que o cerceamento da defesa do parlamentar fosse registrado em Ata.
Fonte: Olhar Direto