O prefeito Emanuel Pinheiro (PMDB), em seu segundo dia de trabalho, se dedicou à área de Saúde. Com a secretária de Saúde, Elizeth Lúcia de Araújo, começou o dia visitando o Pronto-socorro Municipal de Cuiabá, onde ouviu criticas dos pacientes. Em seguida, visitou o canteiro de obras do novo pronto-socorro e finalizou visitando as obras das UPAs do Verdão e do Jardim Leblon.
"A população continua sofrendo e padecendo, filas intermináveis, exames que demoram, consultas que demoram, e uma série de outras situações que vêm trazendo transtorno e afetando a saúde da população. Então, nossa gestão vai botar o dedo na ferida, vamos fazer uma auditoria no pronto-socorro e no São Benedito para poder avançar na questão da saúde, otimizar os recursos públicos e detectar o que está havendo", disse Emanuel Pinheiro.
Segundo o prefeito, os R$ 750 milhões usados pelo município na Saúde não resolvem todo o problema, mas acredita que a quantia poderia ser melhor utilizada, ao justificar a auditoria na Pasta. "Tenho amizade com o ex-prefeito Mauro Mendes (PSB) e fizemos uma transição tranquila, mas é que há a necessidade colocar mesmo o dedo na ferida", ao explicar que a auditoria não é um prejulgamento da gestão passada.
Ao visitar as obras do novo pronto-socorro de Cuiabá, que deveriam ser finalizadas em julho deste ano, Emanuel Pinheiro disse que elas poderão ser prorrogadas por mais seis meses.
Um ano e meio após seu início, somente 30% das obras foram concluídos.
De acordo com Emanuel, a desaceleração no ritmo inicial é “fruto da inconstância” do governo do Estado na realização dos repasses.
“Chegou-se a ter 400 homens trabalhando e, ao final do ano, reduziu para 100, fruto dessa inconstância, da irregularidade dos pagamentos”, disse o prefeito.
A obra está orçada em R$ 79,6 milhões. Setenta por cento dos recursos são de responsabilidade do governo do Estado e os outros 30% correspondem à contrapartida da prefeitura.
Deste montante, apenas R$ 24 milhões foram pagos às empresas responsáveis pela execução do projeto.
“Nós já definimos um novo calendário, se for necessário. Porque era uma obra prevista para 24 meses, e talvez esse prazo, que vence em julho, precise ser prorrogado”, admitiu Emanuel.
De acordo com os engenheiros responsáveis pela obra, nesta fase da construção são necessários recursos "carimbados", ou seja, direcionados especificamente para as instalações elétricas e de ar-condicionado na unidade.
Os representantes do consórcio CL Cuiabá, formado pelas empresas Lotufo Engenharia e Construções e Grupo Concremax – que estão realizando as obras -, informaram ao prefeito que é necessário o aporte de R$ 17 milhões para dar continuidade aos trabalhos.
Emanuel Pinheiro disse que irá cobrar, junto ao governador Pedro Taques (PSDB), a regularização dos repasses.
“Talvez o governador precise repactuar os prazos devido às dificuldades financeiras. Nós temos que compreender isso também. Já conversamos sobre isso após as eleições e ele se comprometeu, inclusive publicamente, a continuar a parceria com Cuiabá. Eu vou me sentar com ele para ver as condições do Estado”, afirmou.
O novo pronto-socorro, que está sendo erguido ao lado do Centro de Eventos do Pantanal, irá contar com 315 leitos, sendo 40 para unidades de terapia intensiva (UTIs).