No boletim com o panorama da situação epidemiológica da Covid-19 em Mato Grosso, publicado na quinta-feira (10), a Secretaria de Saúde informa que os 141 municípios do Estado estão na classificação de “risco baixo” de infecção pelo coronavírus.
O quadro é apresentado em meio ao aumento crescente da média móvel de casos e de mortes pela doença em praticamente todo o país.
Segundo levantamento do Consórcio da Imprensa (G1, UOL, Extra, O Globo, Folha de S. Paulo e O Estado de S. Paulo), nesta sexta-feira (11), 21 um estados e o Distrito Federal apresentaram alta na média móvel de mortes – entre eles, Mato Grosso.
Os demais são PR, RS, SC, ES, MG, RJ, SP, DF, GO, MS, AC, RO, RR, TO, BA, CE, PB, PE, PI, RN e SE.
É o segundo dia seguido em que tantos estados aparecem simultaneamente com tendência de alta nas mortes pela doença desde que o consórcio começou a acompanhar essas tendências, em 9 de julho.
Antes disso, o máximo de estados em alta ao mesmo tempo havia sido de 18.
Segundo a Secretaria de Saúde de Mato Grosso, esse status de “risco baixo” para a contaminação em todas as cidades do Estado se mantém por 38 dias.
Em 2 de novembro, Ribeirãozinho (627 km ao Sul de Cuiabá) foi a última cidade classificada com risco “moderado”.
Desde então, segundo a pasta, nenhuma cidade de Mato Grosso foi classificada com risco muito alto ou de alerta máximo de contaminação.
Os indicadores de classificação de risco são atualizados duas vezes por semana, às segundas e quintas-feiras, e os resultados são divulgados nos Boletins Informativos da secretaria.
AUMENTO – Após estabilização e queda no número de novos infectados pelo novo coronavírus, Mato Grosso volta registrar aumento dos casos decorrentes da Covid-19.
Até o fim da tarde de quinta-feira (10), a secretaria notificou 165.454 casos confirmados da Covid-19 em Mato Grosso.
No total, foram registradas 4.233 mortes provocadas pelo coronavírus no Estado.
Para se ter uma ideia, apenas no período de 24 horas (entre os dias 8 e 9), foram 948 novas confirmações da doença.
No mesmo espaço de tempo, seis pessoas morreram. Em 30 de novembro passado, foram 565 novos casos. No dia anterior (29), 103 novas confirmações.
Também havia 150 internações em unidades de terapia intensiva (UTIs) e 161 em enfermarias, ambos serviços públicos. Isto é, a taxa de ocupação está em 37,22% para UTIs e em 18% para enfermarias. Há 10 dias (30 de novembro), essa ocupação dos leitos intensivos era 32,75%.
Desde então, vem crescendo gradativamente.
Outro exemplo disso é que o Sindicato dos Estabelecimentos de Serviços de Saúde do Estado de Mato Grosso (Sindessmat) informou que a taxa de ocupação dos leitos na rede particular atualmente está em 60%.
SEGUNDA ONDA – “É a segunda onda acontecendo antes que a primeira declinasse. Nós vínhamos num processo de decida no número de novos casos e de óbitos desde agosto, mas esse processo se interrompeu a partir da primeira quinzena de outubro e, infelizmente, a partir de novembro se retomou o crescimento sustentado no número de casos novos”, disse, em entrevista à imprensa, o médico sanitarista e deputado estadual Lúdio Cabral (PT).
Conforme ele, se a descida dos registros fosse mantida, no início deste mês, a média móvel deveria estar em torno de 250 casos novos e três óbitos.
Na quarta-feira (9), essa média móvel era de 576 casos e nove mortes.
“A curva voltou a subir, infelizmente, num período que estamos entrando em tempo de festas de fim de ano e de encontros familiares. Então, há uma tendência muito preocupante no caso da pandemia”, completou.
Fonte: Diário de Cuiabá