O empresário Junior Leite, que comanda a secretaria extraordinária Cuiabá 300 Anos (SEC 300), garante que a prefeitura não vai frustrar os cuiabanos com promessas de obras grandiosas e deixar tudo pela metade, como ocorreu em 2014, com a criação da Secopa, na gestão do ex-governador Silval Barbosa (PMDB), visando a realização da Copa do Mundo.
“A gente aprende com os erros. A própria criação da secretaria foi aprendizado de algo que não deu certo. Quando a gente cria uma secretaria que não tem uma estrutura absurdamente grande, que não tem orçamento, que não vai licitar, mexer com dinheiro público”, explica o gestor em visita à sede do 
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Em 2014, o governo criou uma secretaria para cuidar das mais de 56 obras visando o Mundial. Entretanto, várias delas então emperradas mesmo três anos após a realização dos jogos. A mais emblemática é o VLT, que segue sem definição de retomada das obras. À época, dizia que Cuiabá chegaria aos 300 anos como a Capital mais moderna do país, pondo fim às falas dos pessimistas.
Junior evita fazer juízo de valor em relação à Secopa por não ter participado do processo. Mas garante que a SEC 300 e o processo para fazer as mais de 16 obras previstas para 300 anos da Capital serão diferentes. “Assim como a população, todos nós estamos indignados com o que aconteceu. É o momento da gente se unir e fazer diferente. A prefeitura não vai conseguir fazer isso sozinha, principalmente, se tiver uma onda de pensamentos de que não vai dar certo, pessimismo”, sustenta.
De acordo com o secretário, a pasta não terá orçamento próprio, não cuidará de licitação ou mexer com recurso público. Segundo o gestor, a secretaria tem objetivo de articular as secretarias municipais, governos estadual e federal, e a sociedade civil. “Quando a gente se espelha naquilo que deu certo e também naquilo que não deu certo, evidentemente, a gente tenta não errar da forma que já se errou”, sustenta.
Além de articulação das secretarias, Poderes, a SEC 300 tem por objetivo buscar recursos público ou privado, assim como auxiliar os secretários para que as obras sejam executadas. “Venho da iniciativa privada, a nossa contribuição é realmente trazer grandes eventos para Cuiabá”, sustenta.
Na semana passada, o prefeito Emanuel Pinheiro (PMDB) lançou o pacote de 16 obras de infraestrutura orçado em R$ 162 milhões e diversas ações nas áreas do turismo, esporte, cultura e outros setores da administração municipal que serão executadas até as comemorações do aniversário em 8 de abril de 2019. Entre as obras, estão um viaduto na avenida Beira Rio e trincheira na avenida Jardim Itália.
Em relação aos recursos, o secretário rebate o vereador Marcelo Bussiki (PSB), de que apenas recursos advindos de emendas parlamentares seriam para custear essas obras. “As emendas vêm para complementar grande projeto. Não vamos trabalhar somente com emendas parlamentares seria até falta de planejamento pensar que vamos viver de emendas parlamentares”, explica o gestor referindo-se a verbas de ministérios, iniciativa privada, além das emendas.
Algumas dessas obras, inclusive, segundo Junior, estão com recursos alocados, como o Mercado do Porto que já tem R$ 10 milhões dos R$ 14 milhões. O Cais do Porto possui R$ 15 milhões. “Os projetos da trincheira e do viaduto já estão aprovados pelo governo federal”, explica o empresário acrescentando que cada obra de arte especial deve custar R$ 25 milhões.
Bairrismo
O secretário chegou a ser criticado em razão de ser paulistano. Junior, no entanto, acredita que isso é caso superado e pontua que o cuiabano não tem sentimento bairrista, mas sim, hospitaleiro. “Quando você chega, ele quer que você vai na casa dele, te abraça, ele não tem essa barreira. Acho que isso é entendível, não tem restrições nesse sentido, quando a gente vem para um desafio desse, a gente coloca a cara para bater. Nesse sentido específico sequer foi motivo de conversa. Superado”, sustenta.
Estrutura
A secretaria será composta por 16 cargos, sendo parte que já está na administração, e outra parte serão contratadas pessoas da área técnica, direito, administrativo para dar celeridade nesses processos. O custo anual da SEC 300 deve girar em torno de R$ 1,2 milhão anual. A pasta se mantém até o fim da gestão do prefeito, em 2020.
