Servidores do TRE-MT fraudaram títulos; gerente da Caixa é preso

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A Polícia Federal prendeu, na manhã desta quarta-feira (31), um gerente da Caixa Econômica Federal, e dois servidores do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) foram alvo de mandado de busca e apreensão.

Entre os investigados, está o ex-secretário de Tecnologia da Informação e servidor efetivo do TRE-MT, Ailton Lopes dos Santos Júnior,  preso durante as diligências.

As prisões ocorreram durante a Operação Et Caterva, deflagrada em Mato Grosso e em outros 11 estados.

Em entrevista coletiva, a delegada federal Karoline Araújo Diniz, que está no comando da investigação no Estado, informou que o grupo fraudava títulos de eleitor, a fim de facilitar o saque ilegal de auxílio emergencial.

Segundo a delegada, em Mato Grosso, além dos servidores do TRE e do gerente da Caixa, o esquema tinha a participação de um advogado.

PF não divulgou os demais nomes dos alvos das investigações.

No total,14 pessoas estão envolvidas no esquema, que, em âmbito nacional, é liderado por uma pessoa que mora em Goiânia (GO).

De acordo com a delegada Karoline Diniz, a ação da organização criminosa começou com as fraudes em precatórios.

A investigação começou, segundo a policial, com apreensão de um computador em 2018.

Em 2020, com o anúncio da suspensão dos pagamentos precatórios e com a liberação do auxílio emergencial na pandemia, a quadrilha mudou a forma de atuação.

Os servidores da Caixa envolvidos no esquema compartilhavam os dados dos beneficiários e autorizavam os saques.

“Eles ocorriam, dia após dia, em lotes com diferença de segundos. Tinha beneficiário já falecido, por exemplo, e os servidores já sabiam disso e, ainda assim, autorizavam o pagamento. Os servidores foram afastados de suas funções, tanto no banco, quanto no TRE”, disse a delegada.

A delegada explicou que os servidores do TRE usavam fotos dos criminosos no e-título com dados das vítimas.

“(…) E aproveitavam da confiança que tinham por ele ser um servidor público e acompanhava os criminosos nas agências bancárias, apresentando como parentes, amigos”, disse.

No total, segundo levantamento da PF, foram realizados 1.570 saques ilegais, de abril de 2020 até março deste ano, resultando em um rombo de R$ 1,3 milhão.

Os servidores do TRE recebiam esses valores e os depositavam em contas de laranjas, até chegar no líder da quadrilha, que recebia um valor maior pela fraude.

O superintendente da PF em MT, delegado Sérgio Mori, disse que, com a nova liberação do auxílio emergencial, a partir do dia 6 de abril, a instituição deflagrou a operação, que terá seguimento.

Líder da organização criminosa, o homem que mora em Goiânia está internado em um leito de uma enfermaria, com Covid-19.

APOIO À PF – Em nota, o TRE-MT informou que está dando apoio à investigação da PF, considerando o envolvimento de servidores do órgão nas fraudes.

O órgão desse que “permanecerá à disposição da Polícia Federal para auxiliá-los com a entrega de novos documentos, informações, esclarecimentos ou qualquer outra medida que seja necessária para a eficácia da investigação e elucidação dos fatos”.

E que aguardará o desenrolar das investigações para adotar as providências legais e administrativas de sua competência.

Fonte: Diário de Cuiabá