O marceneiro, de 23 anos, suspeito de ter matado a mulher com um tiro acidental de arma de pressão, em Sorriso, no norte do estado, foi solto na manhã de sábado (9) após pagar fiança de R$ 1,1 mil. No entanto, durante a noite, um amigo de Abner Elias da Conceição Sales foi encontrado morto em casa, onde o jovem também estava morando temporariamente.
A versão investigada pela polícia é que dois suspeitos teriam chegado de moto e um deles teria disparado contra Vitor Jesus da Silva Flores, de 20 anos. O Corpo de Bombeiros foi chamado, mas Vitor já estava morto quando eles chegaram no local.
Segundo testemunhas, Vitor era amigo do casal e trabalhava na mesma empresa em que Angélica Aparecida Gaio, de 30 anos, que morreu na sexta-feira (8) com um tiro de arma de pressão.
De acordo com o delegado que investiga o caso, Getúlio Daniel, Vitor cedeu a casa para que o suspeito pudesse morar, temporariamente, já que estava sendo ameaçado após a morte da mulher. Abner estava no quarto da casa em que Vitor foi morto. Ele foi encaminhado à delegacia em condição de testemunha.
“Ele [Vitor] era amigo do Abner e estava cedendo a casa para ele ficar, porque, após o homicídio, ele começou a ser ameaçado. Tudo aconteceu muito rápido, um homicídio atrás do outro. Ainda há essa obscuridade relativo à motivação do crime. Existem diversas linhas de investigação”, explicou.
A Polícia Civil está investigando os crimes e analisa se há ligação entre eles, já que Abner estava presente nas duas situações.
Morte de Angélica
Angélica Aparecida Gaio foi atingida no rosto por um tiro de arma de pressão disparado pelo marido Abner na sexta-feira (8).
O advogado do suspeito, Mathis Haley, disse que Abner brincava com a mulher no momento do disparo.
“Ocorreu uma fatalidade, um acidente. A autoridade policial, reconhecendo essa situação, acabou por arbitrar fiança. Ele pegou essa carabina, estava vendo como funcionava, brincando com a companheira e, infelizmente, ocorreu esse resultado trágico em razão da falta de habilidade em lidar com o equipamento”, afirmou.
O suspeito trabalha em uma fazenda e foi até uma pensão, junto com a vítima, para arrumar uma cama. A arma é de propriedade do morador da pensão.
De acordo com a polícia, Abner pegou a arma, foi manusear e a engatilhou três vezes. Na quarta tentativa a espingarda disparou e acertou o rosto da mulher.
Ele e o morador, que estaria no banheiro no momento do disparo, a socorreram e a levaram para o Hospital Regional de Sorriso, mas ela não resistiu.
Abner foi preso ainda na sexta-feira, mas pagou fiança e foi solto no dia seguinte.
Fonte: G1 MT