VLT começará a funcionar parcialmente no trecho entre aeroporto-porto e modal terá catraca

Fonte: Olhar Direto

O Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) deve começar a funcionar por etapas. O novo secretário de Cidades (Secid), Wilson Santos (PSDB), afirmou, nesta quinta-feira (01), que o trecho entre o Aeroporto Internacional Marechal Rondon, localizado em Várzea Grande e o bairro do Porto, em Cuiabá, será o primeiro a ser inaugurado e colocado em funcionamento. Além disto, as cobranças serão feitas através de catracas, ao contrário do que acontece no modal do Rio de Janeiro (RJ).
 
“No Rio de Janeiro, a pessoa entra no VLT e valida o bilhete se quiser. Se não pagar e um fiscal ver, você recebe uma multa de R$ 170. Hoje lá eles têm uma porcentagem de 20% dos passageiros que entram e não validam o ticket. Vamos trabalhar com catraca aqui em Cuiabá”, disse o secretário.
 
O engenheiro civil José Picolli Neto, que foi diretor de implantação do VLT no Rio de Janeiro e está na equipe de Wilson Santos, disse que “o modal tem uma obra complexa. No Rio de Janeiro, os passageiros entram com a validação dentro do modal. Aqui, será feito na catraca, antes dele entrar”.
 
Sobre operar o trecho aeroporto-porto, o engenheiro acredita ser possível: “O VLT pode ser utilizado parcialmente. No Rio de Janeiro nós lançamos por partes, para que o pessoal possa ir se acostumando com o modal e saber como utilizá-lo. Aqui será feito da mesma forma. O que deve entrar em operação primeiro é o trecho entre o aeroporto e o porto. Esta é a nossa intenção”.
 
Wilson Santos lembrou que o relatório da KPMG apontou que toda a linha Aeroporto-CPA é deficitária. A linha superavitária e que ‘carregará o VLT nos ombros’, será a da avenida Fernando Corrêa da Costa. Porém, mesmo quando as duas se encontrarem “teremos um déficit anual de R$ 38 milhões (números referentes a 2015) que o Estado terá de bancar. O VLT é deficitário financeiramente”.
 
Mudança no Terminal André Maggi
 
Com o lançamento do trecho aeroporto-porto, o terminal André Maggi mudará de lugar e será realocado para próximo do aeródromo, onde também fica o Centro de Manutenções do VLT. “Faremos uma Parceria Público-Privada (PPP) que irá operar o novo modal. A tarifa terá que ser a mesma do ônibus. Por isso que nós faremos igual no Rio de Janeiro”.
 
“Um quarto tem que ser entregue aos empresários dos ônibus para que não haja uma rixa. Por exemplo, a empresa que faz o intermunicipal, nós vamos deslocar o terminal André Maggi para perto do Aeroporto. Os ônibus irão alimentar ali, então o intermunicipal vai perder esta linha. Eles têm que ser sócios deste projeto”, finaliza o secretário. A tarifa, segundo o gestor, será integrada com ônibus.

O Consórcio VLT, formado pelas empresas Santa Bárbara, CR Almeida, CAF Brasil Indústria e Comércio, Magna Engenharia Ltda e Astep Engenharia Ltda, já recebeu mais de R$ 1 bilhão do Executivo. A empresa pede que sejam investidos mais R$ 1,1 bilhão, o que deixaria o projeto com um custo total de R$ 2,2 bilhões.
 
Porém, após os estudos da KPMG, o governador Pedro Taques (PSDB) ressaltou que o custo seria de ‘apenas’ R$ 602 milhões e que não aceitará pagar mais que isto. Por fim, o tucano ainda elencou outras prioridades à frente da finalização do projeto, chegando inclusive a dizer que se tivesse o dinheiro disponível, não aplicaria na retomada dos serviços.
 
Projeto
 
O modal terá dois eixos, Aeroporto-CPA e Centro-Coxipó, e será implantado no canteiro central das avenidas João Ponce de Arruda e FEB, em Várzea Grande; XV de Novembro, Tenente Coronel Duarte (Prainha), Historiador Rubens de Mendonça, Coronel Escolástico e Fernando Corrêa da Costa, em Cuiabá, totalizando 22 km de extensão.