O governador e candidato a reeleição, Pedro Taques (PSDB), destaca em seu plano de governo o desejo te finalizar as obras do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), o que ele não conseguiu fazer nos quatro anos em que ficou à frente do Palácio Paiaguás. O documento, que é sucinto e econômico, não dá detalhes de como o tucano fará para destravar o projeto.
No plano de governo de 2014, Taques havia feito a seguinte promessa: “As obras de infraestrutura urbana iniciadas para viabilizar o sistema integrado de transporte coletivo da região metropolitana se encaixam nessa situação e serão objeto de ação em parceria com os municípios, da mesma forma que a instalação do modal Veículo Leve Sobre Trilhos (VLT). Primeiro, para finalizar eventuais obras sem conclusão, mas principalmente para buscar as ações que viabilizem que a população receba a instalação do sistema de transporte coletivo integrado de modo a fornecer os serviços previstos com a qualidade necessária”.
Porém, quatro anos se passaram e Pedro Taques não conseguiu colocar os trens no trilho. A menos de seis meses do fim do primeiro mandato do tucano, a licitação para a continuação do projeto ainda não foi aberta. Segundo o chefe do Executivo, isso deve acontecer até o fim deste mês de agosto.
Até o momento, a obra do VLT tem 55% de execução. Para terminar os outros 45%, o Executivo decidiu realizar novo edital, também na modalidade de Regime Diferenciado de Contratação (RDC), para que seja contratada uma empresa ou um conjunto delas (consórcio). Um levantamento está sendo feito, mas este valor não deva ultrapassar os R$ 450 milhões.
No plano de governo deste ano, Taques foi ainda mais sucinto e econômico. A promessa é “dar continuidade às ações de melhoria da Mobilidade Urbana, entre elas a finalização do VLT e definir modelo de gestão”. O documento lembra ainda que entre os compromissos já atendidos pelo tucano está a conclusão de parte das obras de infraestrutura da Copa do Mundo da Fifa.
O secretário-chefe da Casa Civil, Ciro Gonçalves, afirmou que a demora no processo de continuação das obras do VLT foi necessária para avaliar o estrago causado pelo esquema de corrupção liderado pelo ex-governador Silval Barbosa na época das licitações e início das obras, e também para elaborar um edital com segurança, que deve ser aberto até o final de agosto.
Em suas entrevistas, o governador demonstra uma falta de empolgação quando se trata de VLT. O tucano lembrou que o governo entregou muitas das ‘sobras da Copa’, “com exceção do famoso VLT. No mês de julho, terminaremos o Regime Diferenciado de Contratação (RDC) e faremos uma nova licitação, para que tenhamos saída para este erro que foi feito. Já foram pagos R$ 700 milhões, não podemos jogar tudo fora”.
VLT
As obras do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) tiveram início em 2012, com previsão de conclusão em março de 2014, três meses antes da Copa do Pantanal Fifa 2014, tendo Cuiabá como uma das sedes – quatro jogos foram realizados na Arena Pantanal José Fragelli. Alegando não ter recebido por parcela considerável do que já havia realizado, o Consórcio VLT paralisou as obras em dezembro de 2014.
Após a posse, o governador Pedro Taques determinou auditoria nas obras e no contrato do Consórcio VLT. Constatou-se superfaturamento e falhas pontuais, como a aquisição antecipada das locomotivas e vagões do VLT supostamente por causa de um período de baixa do dólar.
Em fins de 2015, por determinação do juiz Ciro Arapiraca, da Seção Judiciária de Mato Grosso, houve a retomada das conversações do governo com o Consórcio VLT, para que as obras pudessem ser concluídas. Após a delação premiada de Silval Barbosa, revelando que houve corrupção, o contrato foi rompido. No início, o valor do projeto foi fixado em R$ 1,447 bilhão.
Fonte: Olhar Direto